segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Entrevista de apenas 4 perguntas a Álvaro Sardinha da Tecad sobre o BIM Revit

Cada semana é publicada 1 das 4 perguntas:

2. Qual o valor acrescentado que o BIM Revit oferece ao utilizador? 

Existem várias razões que justificam a implementação BIM. A que mais se destaca, reside na forma como se desenvolve o projecto e a automatização da produção de toda a documentação, incluindo plantas, cortes, alçados, listagens de equipamentos, mapas de vãos e de acabamentos, entre outros.
Porém, a implementação BIM revela um conjunto de benefícios de inegável valor:
  • Melhor comunicação dos conceitos e ideias com clientes e construtores; 
  • Melhor coordenação e controle da informação de projecto, com actualização automática de alterações; 
  • Menos horas de trabalho para a mesma produção - redução dos prazos de execução; 
  • Maior produtividade pela redução de horas e pela qualidade acrescentada; 
  • Redução de erros e omissões de projecto; 
  • Menos erros de interpretação e adaptação de informação; 
  • Contabilização de equipamentos, materiais e cálculo de custos; 
  • Focalização em tarefas de maior valor acrescentado; 
  • Acesso a novos mercados previamente inexplorados (medições, orçamentação, planeamento, apresentação de projectos, etc); 
  • Ferramenta educacional para novos arquitectos obrigando ao entendimento dos parâmetros e processos construtivos; 
  • Interoperabilidade 2D e 3D com AutoCAD em ciclos de trabalho híbridos
Outros benefícios menos visíveis actualmente, começam a ganhar forma à medida que se desenvolve a tecnologia BIM:
  • Orçamentação e produção de cadernos de encargos; 
  • Cálculo de eficiência energética; 
  • Gestão de edifícios; 
  • Apoio a Projecto sustentável
Segundo um estudo designado “Autodesk Revit: Implementation in practice” publicado pela Arcwiz e da autoria de Lachmi Khemlani (Ph.D. Architecture UC Berkeley), 50% das empresas que implementaram BIM, reportaram ganhos de produtividade de 50%, e 39% reportaram ganhos de produtividade superiores a 75%. Algumas das empresas incluídas no estudo, reportaram o alcance dos objectivos em metade do tempo, em simultâneo com redução de 50% das equipas de trabalho.

Importa referir que nos dias de hoje, num mercado altamente globalizado, a implementação BIM Revit não é uma opção. É uma oportunidade de projectar e validar de forma digital o futuro, utilizando uma linguagem processual mímica da realidade. Uma oportunidade de escrever o presente, enquadrado num ambiente de projecto colaborativo, incrementando a competitividade, qualidade e sustentabilidade da construção.
 
Ainda não és nosso seguidor?!

Na próxima semana publicaremos:

3. Como se faz a transição para o BIM Revit? 

Já fizeste a transição?! Como foi todo o processo? Conta-nos a tua experiência! ;) 

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Entrevista de apenas 4 perguntas a Álvaro Sardinha da Tecad sobre o BIM Revit

Cada semana é publicada 1 das 4 perguntas:

1. Qual o enquadramento, objectivos e destinatários do software BIM Revit?
O BIM Revit vem revolucionar os gabinetes de projectistas, empresas de construção e gestão de instalações, permitindo executar projectos com mais e melhor informação, despendendo menos tempo e recursos humanos na sua produção e gestão, reduzindo erros, omissões e incompatibilidades, constituindo uma ferramenta de competitividade indispensável, para as empresas e profissionais de arquitectura, engenharia e construção.
O BIM Revit permite a representação digital das características físicas e funcionais de um edifício ou construção, constituindo uma base de dados de conhecimento, partilhado ao longo do ciclo de vida das edificações. Em BIM Revit, a geometria, função, dados e respectivo comportamento dos edifícios estão integrados, permitindo estabelecer relações entre os mesmos. As suas características únicas, permitem a representação e simulação do comportamento real de edifícios (energético, estrutural, acústico, sustentável, etc), a quantificação de materiais e a determinação de custos associados ao projecto e respectiva execução, a identificação de erros e omissões, a automatização da produção de documentação incluindo a introdução de alterações, facilitando em simultâneo a comunicação e coordenação e permitindo um elevado incremento de produtividade. O Revit Architecture, Revit Structure e Revit MEP são exemplos deste tipo de tecnologia.
Autodesk Revit Architecture
O Revit Architecture é um modelador paramétrico BIM, especificamente desenhado para arquitectos, engenheiros e profissionais da construção. A tecnologia paramétrica garante maior produtividade, coordenação da documentação, e consequentemente um maior controlo sobre a qualidade dos projectos.
O Revit Architecture disponibiliza interoperabilidade 2D e 3D com as aplicações AutoCAD, Revit Structure e Revit MEP, garantindo a coordenação de informação entre os vários intervenientes de projecto.
Autodesk Revit Structure
O Revit Structure utiliza um modelo único inteligente para coordenar as tarefas dos engenheiros e autores de projectos de estruturas, permitindo a ligação automática entre projectos de arquitectura realizados em Revit Architecture, e de estruturas realizados em Revit Structure, prontos para análise estrutural.
Autodesk REVIT MEP
O Revit MEP é uma solução BIM especificamente desenhada para os profissionais de Avac, electricidade e canalizações, melhorando a coordenação e maximizando a eficiência dos fluxos de trabalho entre as equipas de arquitectura e engenharia, dada a respectiva partilha de modelo único com Revit Architecture e Revit Structure. Permite ainda a análise integrada de desempenho do edifício relativamente ao projecto sustentável, através de conexão directa com soluções ambientais.
Tecad NormaBIM
A Solução NormaBIM adiciona ao Revit Architecture, um vasto conjunto de funcionalidades e conteúdos adaptados ao projecto nacional, em conformidade com as normas de desenho e projecto em vigor, reforçando as capacidades do Revit Architecture como instrumento de execução e gestão de projecto, acrescentando uma linguagem técnica e procedimentos normalizados.
A solução NormaBIM enquadra o Revit Architecture no contexto do Projecto de Arquitectura, Engenharia e Construção Portuguesa, potenciando o sucesso da implementação e imediato retorno do investimento, associado ao aumento de produtividade, redução de tempos de desenvolvimento, e melhor coordenação e comunicação entre os vários intervenientes de projecto.

Ainda não és nosso seguidor?!

Na próxima semana publicaremos:

2. Qual o valor acrescentado que o BIM Revit oferece ao utilizador? 

Sabes qual é esse valor acrescentado? Deixa-nos algumas pistas e na próxima semana poderás conhecer todos os benefícios deste software. ;)

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Engenharia sem Fronteiras...

Angola - Exigência e Oportunidade...


Nos últimos anos, conceitos como internacionalização, franchising, joint ventures e exportação por investimento directo fazem parte do dia-a-dia das nossas empresas e já nos acostumámos com a sua presença. Aprendemos a aceitar a internacionalização como algo natural que qualquer empresa, grande ou pequena, procura desenvolver, em alguma fase da sua evolução. A realidade porém encerra mais dificuldades do que inicialmente poderíamos prever.

Se tomarmos como exemplo o Mercado Angolano e tendo como base a minha experiência pessoal na área de projecto de engenharia e eficiência energética, chegaremos à conclusão que estamos perante quatro premissas essenciais para a abordagem inicial e que são em simultaneamente Exigências e Oportunidades a explorar:

1) As especificidades deste Mercado pressupõem a existência de uma estratégia bem consolidada, que vá ao encontro das necessidades do tecido empresarial Angolano. Concretizando, por diversas vezes se poderá deparar com métodos de negociação e de orçamentação diametralmente opostos ao que está habituado – a estratégia portuguesa do desconto é substituída pelo PVP e qualquer enviesamento desta política poderá colidir com a cultura de negociação local e inviabilizar um negócio, que à partida parecia seguro; Outra estratégia comum em Portugal é a sub-orçamentação. Esta poderá colidir com uma política rígida aonde a responsabilidade é da entidade adjudicada e onde erros e omissões não são tolerados, gerando prejuízos comerciais e financeiros de alguma gravidade. Várias são as características endémicas deste Mercado, que envolvem temáticas como o planeamento, os timings de execução e decisão, condições de pagamento, comunicação e comercialização, acompanhamento de obra, disponibilidade de equipamento, perfil do cliente alvo, etc. É essencial compreender o (Empresário) Angolano, o que procura, para levar o seu produto até ele e usufruir das potencialidades que este Mercado lhe poderá proporcionar.
2) Outro erro potencial é julgar que poderá vender o seu produto à distância e provavelmente sem nunca sequer conhecer o seu cliente final. Poderão existir situações pontuais onde esta hipótese é aplicável, mas a experiência diz-me que existe a necessidade de presença local, com um projecto adequado às necessidades do mercado angolano, de preferência aliado a um parceiro local; Diversas vezes esta foi a diferença entre o falhanço absoluto e o sucesso motivador. Por vezes contactámos com projectos de engenharia elaborados em Portugal e sem acompanhamento técnico necessário. As consequências foram uma imagem empresarial pobre e um gabinete sem novas oportunidades de negócio. Outras situações mostraram empresas com vontade e capacidade indiscutíveis, que foram contudo, suplantadas pela concorrência, que embora menos preparada, possuía o aliado local necessário.
3) Durante a sua abordagem inicial encontrará outras dificuldades que se prendem com o licenciamento, confuso e pouco transparente e custos de instalação elevados que por norma levarão parte da margem do seu negócio, se não for cuidadoso com estes pontos. Renova-se a necessidade de parcerias locais para fazer face às barreiras de entrada no Mercado. Os seus parceiros Angolanos farão parecer fácil ultrapassar problemas que para o empresário português seriam verdadeiros muros intransponíveis. Por outro lado, as estadias terão que ser controladas e articuladas em rigor com um planeamento livre de falhas. Caso contrário, repetir-se-ão episódios de estadias pouco produtivas, desmotivação dos colaboradores, etc.
4) Por fim, ressalvar a oportunidade causada pela escassez de mão-de-obra local qualificada e que todavia se torna uma limitação importante durante o período de execução. Voltemos à questão do acompanhamento de obra, como coordenar equipas locais pouco qualificadas? Estarão, estas equipas, habilitadas a ler e interpretar os projectos elaborados e cadernos de encargos? Como é comum na minha área, um bom projecto transformar-se-á num pesadelo se a execução de obra for deficiente. Esta é uma preocupação comum nas empresas Portuguesas na área do projecto, sejam elas de arquitectura ou engenharia. Há portanto que aproveitar esta lacuna para fornecer os nossos serviços qualificados mas consciente de que esta limitação far-se-á sentir, mais cedo do que tarde, durante a sua estadia em solo Angolano.  

Mais do que potencial, o Mercado Angolano é já uma realidade para um grande número de empresas Nacionais que comercializam os seus produtos/serviços de uma forma próspera. O uso correcto da informação e o conhecimento aprofundado das realidades locais farão a diferença entre um sucesso rápido e lucrativo e um processo de destruição empresarial lento e penoso. Estou certo que os gestores nacionais são feitos da matéria necessária para vencer este desafio.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Desafio sobre DCR e CE - Dá-nos a tua opinião ;)

 
Após a leitura do artigo "Quais as diferenças entre DCR e CE?", já se apercebeu das diferenças mais significativas...
Sabia quais eram essas diferenças ou fazia um pouco de confusão?

Partilhe connosco a sua aopinião ;)

Quais as diferenças entre uma Declaração de Conformidade Regulamentar (DCR) e um Certificado Energético e da QAI (CE)?

Todos já ouviram, certamente, falar em certificação energética. Mas por vezes não sabemos bem do que se está a falar, uma vez que existem dois documentos iguais mas ao mesmo tempo diferentes.

Então quais são as diferenças entre uma Declaração de Conformidade Regulamentar (DCR) e um Certificado Energético e da QAI (CE)?

São, na sua essência, dois documentos idênticos, diferindo nos seguintes aspectos visíveis:

  • Título do documento: existem a “declaração de conformidade regulamentar” (DCR) e o “certificado energético da qualidade do ar interior” (CE)
  • N.º identificativo: cada documento tem um número único, comporto por um prefixo (“DCR” ou “CE”)
  • Validade: uma DCR não tem validade temporal, um CE tem uma data de validade definida, que pode variar de:
    • 10 anos para edifícios ou fracções de habitação e para edifícios ou fracções de serviços que não estejam sujeitos a auditorias periódicas à energia e a QAI no âmbito do RSECE
    • 2, 3 ou 6 anos para edifícios ou fracções de edifícios sujeitos a auditorias periódicas à energia ou à QAI no âmbito do RSECE.

Em termos processuais, uma DCR traduz confirmação do cumprimento regulamentar e a avaliação do desempenho energético e da QAI na fase de projecto, ao passo que o CE faz o mesmo mas no final da obra, isto no caso de edifícios novos, ou seja, a DCR é uma espécie de pré-certificado, sendo natural que, não existindo alterações substanciais ao projecto durante a obra, o CE seja muito semelhante à DCR.

No caso de edifícios existentes, apenas existe CE, que avalia e classifica o desempenho energético do imóvel e qualidade do ar no seu interior e pode dar indicações sobre possíveis medidas de melhoria desse desempenho.

A Declaração de Conformidade Regulamentar (DCR) necessária para o pedido de licença de construção; Certificado Energético e da Qualidade do Ar Interior (CE) necessário para o pedido de licença de utilização ou no caso de edifícios existentes, para venda ou aluguer do imóvel.

Escrito por: Perita Engª. Maria João Carvalho – mjcarvalho@ucea.pt